O retorno do X após bloqueio no Brasil pode influenciar as campanhas no segundo turno das eleições municipais, tornando-se um canal estratégico para candidatos.
O retorno do X após bloqueio no Brasil pode influenciar as campanhas no segundo turno das eleições municipais, tornando-se um canal estratégico para candidatos.
Após uma longa ausência durante a campanha do primeiro turno das eleições municipais, a rede social X (antigo Twitter) voltou a operar no Brasil. Conhecida como um dos principais espaços digitais de debate público, a plataforma pode desempenhar um papel relevante nas estratégias de campanha para o segundo turno.
O X esteve bloqueado no Brasil de 30 de agosto até terça-feira, 8 de outubro, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O motivo foi o descumprimento de ordens judiciais e a retirada da representação legal da empresa no país, o que, de acordo com a legislação vigente, impedia sua operação em território nacional.
Com cerca de 22 milhões de usuários no Brasil, dos quais 9 milhões são ativos mensalmente, o X tem uma base menor do que redes como o Instagram, que possui 113,5 milhões de usuários. No entanto, apesar de não ser a plataforma mais popular, o alcance do X é significativo, especialmente no contexto das eleições municipais de 2024, tornando-se uma ferramenta essencial para candidatos e apoiadores no segundo turno.
No dia 27 de outubro, 52 municípios brasileiros realizarão o segundo turno das eleições, incluindo 15 capitais. Os candidatos poderão promover conteúdos em redes sociais até o dia 26, véspera do pleito, incluindo campanhas no X.
Maria Carolina Lopes, cientista política e especialista em internet e política, ressalta que o X, embora não represente toda a população brasileira, ainda concentra uma parcela significativa dela. “O Brasil diverso, real, não estava no X, mas uma parte importante sim”, afirmou. Ela também aponta que, desde as mudanças implementadas por Elon Musk, o debate político na plataforma perdeu qualidade, com o algoritmo priorizando outros temas.
Lopes ainda destaca o longo processo de construção de uma comunidade política no X. “O nicho brasileiro do X levou anos para se consolidar, com suas próprias regras e seguidores. O retorno à plataforma pode ser mais fácil do que migrar para redes semelhantes”, complementa.
Durante o bloqueio do X, alternativas como BlueSky ganharam popularidade, registrando um aumento de 2 milhões de usuários em uma semana.
O bloqueio foi suspenso após o X regularizar sua situação no Brasil, incluindo a nomeação de uma nova representante legal em 30 de setembro. A empresa também acatou ordens judiciais e pagou multas pendentes no valor de R$ 28,6 milhões, corrigindo um erro anterior de depósito. Após esse processo, o desbloqueio foi autorizado por Moraes, que instruiu a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a coordenar a reativação do acesso ao X.
O desbloqueio tem sido gradual, devido ao envolvimento de várias operadoras de telecomunicações, mas usuários já começaram a reportar o retorno da plataforma desde a noite de terça-feira.
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